Vamos tocar na ferida? Parece que já cicatrizou.
Talvez pela falta de bons nomes na disputa ao cargo de governador do estado de São Paulo o segundo turno foi disputado entre João Doria e Márcio França.
Lembram daquele período eleitoral? Todo dia surgia uma treta nova.
Uma das maiores (talvez até a maior) surgiu cinco dias antes da votação do segundo turno e envolvia João Doria.
Um vídeo no qual supostamente Doria estaria com várias garotas de programa, que se espalhou por toda internet mais rápido do que a dona Edinair correndo de uma repórter em Goiânia:
É importante se lembrar das pesquisas do Ibope, que apontavam empate técnico entre Doria e França.
Doria, conforme já informado neste artigo, inclusive teria contratado uma banca jurídica de elite para fiscalizar as redes sociais e processar quem lhe criticasse.
Se alguém não sabe, Doria também é publicitário, tendo se graduado pela FAAP.
É apenas uma suposição, mas talvez Doria acredite na máxima proferida por Oscar Wilde: “The only thing worse than being talked about is not being talked about” (tradução livre: a única coisa pior do que ser malfalado é não ser falado).
Ou, como ensina Roger Stone: “antes infame que anônimo”.
E, como no jargão popular: “falem mal, mas falem de mim”.
Falaram do Doria. E como falaram.
Uma das suas primeiras reações (talvez a primeira) foi, ao lado de sua esposa, afirmar publicamente que o vídeo era falso, dando a entender que poderia ser um ataque de seu adversário Márcio França.
Chamou a atenção de muitos o semblante da Sra. Bia Doria, aparentemente muito entristecida. Rapidamente muitas pessoas afirmaram que, pela expressão de Bia Doria, nem ela deveria estar acreditando que o vídeo seria falso.
Rapidamente Márcio França se manifestou contra, mas não sem deixar de prestar solidariedade ao adversário:
Ooops, imagem errada (essa aí quem enviou foi o Danilo Gentili, processem ele).
Agora sim a imagem correta:
Ok, Márcio França, acho que todo mundo percebeu esse trocadilho com “medir os outros p/ sua régua”.
Mas sutil demais, talvez ganhasse a eleição se realmente fosse real o tuíte do “pintinho mixuruca”.
Enfim, foram realizadas várias perícias, parte concluindo que o vídeo era uma montagem, parte atestando que o vídeo era verdadeiro.
Fato é que foram feitas várias piadas (como a de cima) e o assunto rendeu bastante nas redes sociais e na mídia. Seguem alguns destaques:
E, no fim, Doria venceu França por uma mixaria de diferença: 51,75% a 48,25%
Teria toda essa polêmica do vídeo ajudado, atrapalhado ou não interferido em nada no resultado do pleito?
De qualquer forma, o assunto parece estar morto e enterrado.
Não há notícias de que Doria ainda estaria atrás de procurar e punir quem fez e espalhou o vídeo que, segundo o governador eleito, é fruto de montagem.